Antes de falarmos sobre a escolha da técnica cirúrgica para cada paciente, é preciso relembrar alguns conceitos já bem definidos:
1. Quem deve ser operado com Obesidade?
A resposta é: unicamente, pacientes com Obesidade Mórbida, diagnosticados e avaliados por médicos especialistas e equipe multidisciplinar.
2. Quais pacientes, mesmo com diagnóstico de Obesidade Mórbida, não devem ser operados?
Atualmente existem duas principais técnicas de Gastroplastia para Obesidade Mórbida, recomendadas e regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina e Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
1. By Pass Gástrico: Cirurgia de redução do estômago e desvio do trânsito alimentar e da bile pelo intestino delgado.
2. Sleeve ou Gastrectomia Vertical: Redução do estômago a cerca de 40% do seu tamanho original com retirada de cerca de 60% do mesmo; promove efeito significativo de redução do apetite e fome, e preserva o trânsito do alimento pelo intestino delgado.
Ambas as técnicas correspondem atualmente a 60-70% e 30-40% respectivamente, das cirurgias de Gastroplastias realizadas no Brasil, com tendência crescente desta última. Então, dada a quantidade de informações atualmente disponíveis e ao contato com outros pacientes, se torna inevitável a seguinte dúvida: qual cirurgia será melhor para mim, Sleeve ou ByPass? Esta é hoje, uma pergunta frequente dos pacientes no consultório do especialista.
A seleção da técnica depende principalmente de aspectos clínicos do paciente associados à Obesidade e avaliados em conjunto com o IMC (relação entre o peso e a altura em m2). Entre estes fatores, os mais importantes são: 1. Nível do IMC; 2. Doenças associadas a Obesidade, principalmente o Diabetes e a Doença do Refluxo Gastroesofágico; 3. Idade; 4. Pacientes com necessidade do uso contínuo de medicamentos como antirretrovirais, corticoides entre outros; 5. Presença de doenças que afetam o intestino; 6. Antecedente de Câncer do Aparelho Digestivo.
Dentro deste contexto está também a Cirurgia Metabólica que consiste em procedimentos cirúrgicos sobre o Aparelho Digestivo produzindo, em última análise, estímulo ao pâncreas na produção e liberação de insulina (hormônio que controla a glicose no sangue), auxiliando no controle do Diabetes. Esta cirurgia representa um significativo avanço no tratamento do Diabetes associado à Obesidade.
Após uma criteriosa avaliação clínica por profissionais especializados no tratamento da obesidade e informação adequada e completa sobre vantagens e desvantagens potenciais de cada técnica e suas possíveis complicações, pode-se chegar à conclusão sobre a escolha da técnica de Gastroplastia a ser indicada.
Deve o paciente estar consciente de que o conceito mais adequado em relação ao tratamento da Obesidade Mórbida é o de programa de obesidade que envolve a Cirurgia Bariátrica e/ou Metabólica mais reeducação comportamental e alimentar, bem como atividade física regular.